Lição 9 - O Primeiro Projeto de Globalismo - EBD 1º Trimestre De 2020

VELHA REBELIÃO COM NOVO NOME


Claudionor de Andrade



Não é tarefa fácil definir ou identificar o globalismo, porque, apesar de ser movido por um único espírito — o do Anticristo —, este projeto apresenta-se com múltiplos tentáculos, alguns dos quais antagônicos entre si. Suas vertentes também são múltiplas: econômicas, religiosas, científicas e políticas. Mas, pelo que observamos, quem está no comando desse empreendimento não se preocupa com as divergências havidas entre seus tentáculos e vertentes, porque sabe muito bem como orquestrar toda essa dialética até que uma síntese se torne possível. 
Todavia, na condição de servos de Deus, obrigamo-nos a definir e a identificar o globalismo, a fim de não tomarmos parte nas obras infrutuosas das trevas, pois um dos objetivos desse projeto, claramente satânico, é apropriar-se também da Igreja de Cristo.

1. Definindo o globalismo. 

O globalismo não é uma mera globalização, porque esta é tão inevitável hoje quanto o foi outrora; é impossível impedir os seres humanos de interagirem-se entre si. Relacionamentos diplomáticos, comerciais e religiosos sempre existiram desde os impérios dos rios Tigre e Eufrates até as potências do Volga e do Potomac. Logo, a globalização é necessária para o desenvolvimento do ser humano, pois ajuda a povoar e a integrar o planeta. Aliás, a Grande Comissão é, em sua premissa básica, uma ordenança global, pois o Senhor Jesus nos ordena a evangelizar de Jerusalém aos confins da Terra (At 1.8).

O globalismo, entretanto, é uma doutrina que, contrapondo-se à vinda do Reino de Deus à Terra, busca arregimentar todas as instituições humanas, desde as políticas às religiosas, sob um único governo: o do Anticristo, conforme escreve Paulo aos irmãos de Tessalônica (2 Ts 2.1-12).

Logo, não podemos empregar o termo “globalismo” como sinônimo da palavra “globalização”, porque, no contexto que ora analisamos, não há sinonímia alguma entre ambos. Por esse motivo, defini-lo-emos como a doutrina que, apesar de possuir variadas matrizes, tem como objetivo dominar todas as instituições humanas e, em seguida, congregar toda a humanidade em torno de um governante mundial: o Anticristo. Tal plano, como veremos mais adiante, acha-se revelado claramente no Apocalipse de Jesus.

2. Seus objetivos básicos. 

No tópico anterior, conseguimos definir razoavelmente o globalismo e revelar o seu principal objetivo. Agora, busquemos especificar quais as verdadeiras metas desse projeto que, conforme já dissemos, tem pelo menos seis mil anos de história. Portanto, os súditos do príncipe deste mundo contam com experiências e ensaios acumulados em vários milênios de rebeliões contra o Senhor. Não lhes falta nem teologia, nem teoria política; sua expertise é formidável.

Nas entrelinhas dos últimos acontecimentos, inferimos que o globalismo vem trabalhando, sutil e habilmente, a política, a religião, a economia e a cultura, visando dominá-las a fim de apressar a ascensão do personagem que, na Bíblia, aparece como o homem do pecado (2 Ts 2.3).

Em que pesem os aparentes confrontos entre o Oriente e o Ocidente e entre o Norte e o Sul, as nações vêm sendo orquestradas, para que aceitem, sem contestação alguma, a ascensão de um potentado mundial. Na realidade, os governos perceberam que os seus modelos políticos, quer de direita, quer de esquerda, já não funcionam como no princípio; fracassaram na essência e na forma. Tal mandatário, portanto, estaria acima dos órgãos mais poderosos como as Nações Unidas e a União Europeia. Vê-se, pois, que o príncipe deste mundo, ora agindo como Diabo, jogando uma nação contra outra, ora agindo como Satanás, confrontando a todas, cria uma dialética, que, no final, resultará numa síntese já revelada na Bíblia: o governo do Anticristo.

O Anticristo precisará, a fim de lhe sustentar o governo, de uma assessoria religiosa, visando a construção de uma mística em torno de sua pessoa. Já cercado de mitologia, não lhe será difícil impor as políticas mais iníquas, absurdas e genocidas. Eis porque, desde já, busca ele unificar todas as religiões, por mais antagônicas e irreconciliáveis, para que o seu globalismo seja bem-sucedido. Não vamos, por ora, entrar em mais detalhes a esse respeito, porque ainda voltaremos a falar no assunto. Por enquanto, basta sabermos que os globalistas estão interessados em todas as instituições humanas, principalmente as religiosas.

Em todas as eras, a economia sempre exerceu forte pressão nas decisões humanas. Haja vista o que aconteceu na Alemanha após a Primeira Guerra Mundial. A inflação, naquele país, a partir de 1918, tornou-se de tal forma incontrolável, que o operário precisava de uma sacola de dinheiro para comprar um naco de pão. Aqui, meu querido leitor, não vai hipérbole alguma. Nesse clima de desespero, não foi difícil a Adolf Hitler roubar o coração da culta e inquiridora nação germânica. E, ali, entre cientistas, filósofos e teólogos, instaurou o seu nacional socialismo que, redundando na Segunda Guerra Mundial, causaria a morte de 60 milhões de pessoas. Os ideólogos do globalismo sabem que, pelo estômago, poderão dominar o mundo. Aliás, o controle da economia é um dos objetivos da Besta, conforme lemos no capítulo 13 de Apocalipse. Hoje, ensaia-se a união de todas as empresas numa imensa e formidável corporação, que, aliada à política e à religião globais, darão todo o suporte ao governante mundial.

Ora, com o domínio da política, da religião e da economia, não será difícil ao globalismo uniformizar todas as culturas do mundo, numa monolítico cultural. E, depois, já com uma cultura unificada, tentarão seus ideólogos impor à humanidade um único idioma, forçando-a a retroceder à Torre de Babel. A fim de alcançar seus intentos, vandalizam impiedosamente todas as instituições já consagradas. Quer na literatura, quer na música, seja nas artes, seja no mais humilde artesanato, a desconstrução de identidades nacionais vem acelerando-se em prol de uma cultura satânica, deformada e anticristã. Mas, como já dissemos, o globalismo não é um fenômeno novo; é algo tão velho quanto a antiga serpente, segundo no-lo mostra a História Sagrada e a profana.



Texto extraído da obra “A Raça Humana: Origem, Queda e Redenção”, editada pela CPAD. 

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